sábado, 9 de fevereiro de 2008

Alalaô by Julieta

Carnaval em Findomundópolis sempre quiz dizer " A volta dos que não foram", " O retorno dos mortos- vivos","As múmias saem dos sarcófagos- parte 1001" e esse ano não foi diferente, tanto pra mim quanto pra Cinderela ( a parte dela ela conta depois).
E foi assim nesse clima de alalaô que reencontrei a Maryposa. Fazia um ano que não o via, e mais ou menos uns 3 anos que não nos encontrávamos os dois solteiros. E devo grifar aqui, foi um baque.Um baque não, foi quase um atropelamento de caminhão.
Ainda não contei todas as histórias dele aqui, mas é impressionante como algumas pessoas marcam nossa vida.Conseguem mexer com a gente depois de tanto tempo.Ele é como se fosse um divisor de águas na minha vida amorosa.Plagiando a música,depois dele os outros foram só os outros. A sensação que tive foi como anos atrás. O mesmo trimilique de pernas, o mesmo chilique do sistema nervoso. Todos aqueles sintomas que já vem inclusos no pacote da paixonite aguda. Mas é claro né, que eu disfarço muito bem, e me mantive com aquele ar "blasé" de quem nem-tava-quase-tendo-um-ataque-do-coração-ao-avistar-o-amor-da-sua-vida.Ele veio me cumprimentar e após ameaça de um breve desmaio, consegui me manter na classe.
Só que dessa vez a Maryposa estava na pista.Preparado pra guerra.Me encarava sem parar e já no primeiro dia deu o primeiro sinal verde.Estranhei porque o sobrenome da Maryposa deveria ser orgulho. E ele dando aquela bandeira toda.Aquilo não era normal.Mas cafa que é cafa, de carteirinha no sindicato e tudo mais, sempre quer testar até onde ele consegue abalar sua vítima emocionalmente.
E eu precisava me controlar. Eu me devia isso.
Estava eu descendo a rua que me levava embora quando escutei um grito. Sim minha gente, Maryposa estava aos berros na rua, perguntando pra onde eu ia, eu respondi que ia dormir. Ele se ofereceu pra ir pro mesmo caminho que eu. Dei uma risadinha e saí. 1x0 pra mim.
Segundo dia estávamos nós na cidade vizinha quando o avistamos junto com os amigos. Todo sorridente pediu pra que parássemos o carro lá e nos juntássemos a ele. Falamos que sim. Não voltamos. 2x0.
Na última noite ele veio falar comigo porque não tinha me cumprimentado direito a tarde. Que desculpinha esfarrapada! Desde quando ele vinha me pedir desculpas por ter feito alguma palhaçada?????Por ter me feito de idiota???Me deixado com cara de tonta???
Acho que essa é a nova técnica que ele incluiu na cartilha dos cafas para poder melhor ministrar suas palestras sobre a cafajestagem masculina.
Não contente, ainda me cutucou e dançou atrás de mim o tempo inteiro se esfregando.Sim,aquilo se tratava de um teste de resistência, agora eu tinha a mais absoluta certeza disso.
Vou falar amigas,eu no meio daquela festa pagã, onde ninguém era de ninguém, com o teor alcoólico meio elevado resisti bravamente em favor da minha sanidade mental. Deus é testemunha do esforço que fiz pra não cair na tentação. Só Deus sabe que pra não me pendurar no pescoço dele eu tinha que entoar o mantra dia e noite "sai-pra- lá -Maryposa-desgovernada"," sai-pra-lá-Maryposa-desgovernada","iss0-já-não-me-pertence-mais,isso-já-não-me-pertence-mais."Pra não sair do foco e me manter firme no propósito de fingir que aquilo não era comigo.
E consegui.
O problema era exatamente já conhece - lo de outros carnavais. E saber que quem fica no prejuízo na quarta- feira de cinzas sou eu. A recaída no caso da paixonite aguda é sempre pior. Mas dessa vez o ponto foi pras meninas.


P.S. Saldo carnavalesco mais que positivo, viagem inesquecível.Desempate de jogo aos 45 do segundo tempo, com placar final de Cinderela 7X8 Julieta.