domingo, 9 de dezembro de 2007

Iabadabadul

Eu tinha acabado de terminar um namoro e me livrar do peso dos chifres em minha costas. Isso me causou um certo trauma para com relacionamentos futuros, devo adiantar.
E foi aí que eu conheci o Flinstone. Já nos conhecíamos pelo orkut, morávamos no mesmo bairro, tínhamos amigos em comum e até torcíamos pro mesmo time de futebol. Mas não nos conhecíamos pessoalmente.
Depois que mudei o meu status do orkut pra "solteira",Flinstone começou a ser mais incisivo em seu ataque, e passamos para a segunda etapa, que foi a troca de MSNs. Marcamos de nos conhecer. Era uma balada e isso era bom, porquê se eu não gostasse dele teria pra onde fugir.
Minha prima já conhecia o Flinstone, então foi fácil o reconhecimento. Ele era alto, moreno, bem bonito, do tipo que não passa despercebido.Ele era simpático e educado.
Ficamos ali pela primeira vez. E ao contrário dos outros casos os sinos não tocaram.Nem uma badalada.Nem um ressoar sequer. Nada.
Isso me leva a achar que esse negócio de sinos é algo que ocorre de forma inversamente proporcional. Ou seja , quando uma parte ouve, e a outra ta sempre meio surda, quando não está completamente. Porque o que aconteceu foi que o Flisntone ouviu.
Depois do primeiro encontro, demorou um mês pra eu encontrar o Flinstone de novo, ele sempre insistindo em me ver, e eu sempre com evasivas.Flinstone me apresentou os amigos dele, e me chamava pra todos os lugares que ia, se eu não quisesse sair, ele fazia questão de ficar comigo até tarde no MSN conversando.Até pra conhecer a mãe dele ele me convidou.Poxa gente, conhecer a mãe é um estágio elevado. A gente sempre saía junto, na mesma turma, eu gostava de sair com eles.
No começo ele fazia charme e falava que não queria namorar nem nada sério,se fazia de difícil, depois de um tempo estava me pedindo em namoro por scrap. Eu estava numa fase de liberdade total, além de não acreditar muito no Flinstone , estava achando bem interessante minha nova fase "Na Pista".
Mas a prova de amor final foi numa micareta. Fomos em turma. E tinha uma loirona pirigueti dando em cima do Flinstone.
Poxa vida né?MICARETA!Aquela pirigueti que dava duas de mim.E eu quase que ficava invisível perto dela. Era óbvio que ele ia pegar. Mas não foi assim. O Flinstone deixou a loirona falando sozinha, me puxou pela mão e ficou comigo a noite inteira. Aliás não só aquela noite, como as outras três que se seguiram. E eu, no alto dos meus 1,62m, moreninha e baixinha, me achei a própria rainha da cocada preta naquele momento.E aí eu descobri que o Flinstone estava amando. e foi aí também que eu comecei a olhar o Flinstone de outra forma, embora não deixasse de dar uma espezinhada de vem quando.
E assim foi indo, a gente se via quase toda semana, se flava todo dia.Até que um dia depois de uma briga, o Flinstone sumiu. Eu fiquei chateada porque eu sentia falta dele.E foi aí minha gente que o Flinstone mostrou toda sua face vingativa.
Rolou uma formatura e todo mundo ia.Ele me ligou depois de uns quinze dias sem dar notícia se estava vivo ou morto,perguntando se eu ia, notei no entanto que o grau etílico de Flinstone estava um pouco alterado e havia um leve sarcasmo em sua voz. E respondi que sim. Um amigo foi me buscar e o Flinstone veio junto, me chamou no carro e me mostrou uma música que estava ouvindo. Era música que tem o meu nome. Disse que sempre lembrava de mim.
E rumamos à formatura. No caminho porém, notei que Flinstone fez uma parada e alguém entrou no carro dele. Chegamos à formatura e não apenas constatei que Flinstone estava acompanhado como também estava namorando.Confesso que fiquei em choque.Foi assim sem anestesia. Mas mantive a classe, botei força na peruca e nem por um segundo demonstrei o ódio que corroía o meu ser naquele momento.
Depois desse dia pouco nos falamos. Ele se mostrava o último dos apaixonados pela namorada enquanto eu me contorcia de arrependimento por não ter dado à devida atenção à ele. Afinal eu tinha dispensado o único homem que eu conhecia que aparentemente prestava.
Sim, eu disse aparentemente. Porque o Flinstone também se mostrou um estudante do livro dos cafas.Em nível iniciante, porém não menos culpado. Vejam bem.
Nunca mais nos falamos até que oito meses depois, o nosso amigo Flinstone me chamou no MSN, disse que tinha SAUDADES e perguntou se eu sentia a falta dele como ele sentia a minha. Disse que a gente nunca mais falou sobre isso. Começou a me mandar mensagens por depoimento no orkut, e quase toda vez que nos encontramos no MSN manda alguma gracinha.A namorada?Ah sim, vai muito bem obrigada, ele continua com ela. Não contente, ainda me fez uma proposta que quase beira a obscenidade: Já que eu não quis namorá- lo, a vaga de AMANTE estava em aberto. E que isso ficasse claro que essa vaga só poderia ser preenchida por mim, mais ninguém.
Rá, faz- me rir!Fiquei imensamente lisonjeada e agradecida pela parte que me tocava mas tive que ser indelicada e transferir essa digníssima vaga à outra pessoa.
Como diz meu pai, eles me provocam FROUXOS de risos.....

2 comentários:

Giseli disse...

Também já usei esse apelido no MB. ahhahaha Todo mundo tem seu Flinstone, né? ;-)

Poxa...eu tb estou frustada com a entrevista, tihamos tanto pra falar. :/

Biessa disse...

Este é um clássico do livro dos cafas. Acho que faz parte do curso básico, sabe? Tem que passar por isso pra passar pra próxima fase... rs

Beijinho!