sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O Botinhas

Já conhecia Botinhas de vista. E ele, ao contrário dos outros citados anteriormente aqui nesse blog, era uma graça. Já tinha esticado o olho pra eles várias vezes, mas nunca tinha conversado.
Um dia estava eu, Cinderela sem Príncipe e sua última aquisição, Pato Donald num baile de final de ano em Findomundópolis. Aquela euforia toda, aquela alegria, aquele clima de confraternização de repente Botinhas resolveu se aproximar e falou para Pato que queria me conhecer.
Eu, tava lá sem fazer nada mesmo, resolvi conhecer o Botinhas.Conversa vai, conversa bem, acabamos ficando. Mas o que era pra ser apenas uma bobeira sem importância, acabou virando um dramalhão mexicano. Desfilei com o Botinhas pelas ruas de Findomundópolis, tipo namoradinha, porque além de ele estar sendo uma boa companhia, também caiu como uma luva pra eu me vingar do Maryposa, que havia me dado mais um dos seus canos históricos.Voltei pra minha cidade e Botinhas voltou pra dele, Botinhas me deu o telefone dele e eu não dei o meu. Esperei dois dias e mandei uma mensagem de texto pro Botinhas, e ele me respondeu desesperadamente falando que achava que eu não ia falar com ele mais. E assim se seguiu um mês. Botinhas me mandava coisa de oito, nove mensagens por dia, e ficava tenso se essas não fossem respondidas. Me ligava e ficava mais de uma hora no telefone, quase todo dia. Nesse tempo, eu descobri, que o botinhas não era apenas um rostinho bonito, ele era inteligente e engraçado, e isso realmente me surpreendeu. E parecia que realmente estava afim de mim.Ele tinha um ar meio brega assim, mas eu já estava amando a essa altura do campeonato. Que lindo, ele era um amante à moda antiga. Combinamos de nos reencontrarmos no carnaval. Eu confesso que tenho uma tendência forte a me envolver seriamente em carnavais, micaretas e afins. E esse carnaval não foi diferente. Paguei de namorada o carnaval inteiro. E o Botinhas com cara de apaixonado. Mas como nem tudo são flores, segundona de carnaval e eu lá me achando a última bolacha do pacote, rindo da cara do Maryposa que se mostrava visivelmente abalado com meu novo relacionamento, e o Botinhas estava assim sei lá, meio liso. Toda hora tinha que buscar cerveja no outro lado da cidade,tinha que conversar com um amigo que não via a muito tempo, todos os tipos de desculpa esfarrapadas que se pode imaginar, e eu não falava nada. De repente, Botinhas me deu o famoso Cambau, também conhecido como Migué e sumiu. Mas ele, como um Cafa semi- profissional, ainda perguntava pras minhas amigas onde eu estava, mas não demonstrava muito interesse em achar não. Achei o Botinhas quatro ou cinco horas depois, com serpentina enrolada no pescoço,confete no cabelo,colar havaiano, cara de alegria,e a ilusão com o Botinhas se desfez ali.E a sensação incrivel de ter acabado de ter ganho o certificado "Idiota da Sapucaí do ano", afinal havia desperdiçado mais um carnaval em vão.

Moral da história: amor de Natal, nunca dura até o carnaval.

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